sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

A saga


No dia 11 de Dezembro, às 23.45h e após 12 horas em trabalho de parto, a Rita viu finalmente a luz do mundo. Linda, pequenina e perfeita. E num segundo esqueci toda a aflição das últimas semanas.

Na segunda noite no hospital, apenas com um dia de vida, olhei para ela e envolvi-a nos meus braços. Tudo aquilo que senti desde o primeiro instante em que a vi se reforçou nesse momento.
Inexplicavelmente, as lágrimas caiam-me pela cara e, pela primeira vez na vida, posso dizer sem vacilar, que sim, já chorei de felicidade!

Tudo estava a correr bem, e nada fazia prever que no dia da alta ela tivesse de ficar internada.
Nesse momento senti que o chão me fugia por baixo dos pés, não pela desilusão de não a poder levar para casa no dia previsto, mas pela preocupação de que algo de errado se passava com ela. E senti medo.

Os dois dias em que ela esteve na incubadora foram dos mais dolorosos da minha vida. Tão pequenina e tão frágil, e eu a sentir-me impotente perante as “atrocidades” que a equipa médica lhe fazia... Só me apetecia pegar nela e levá-la dali, virmos para casa e esquecer aquele pesadelo.
Não ajudou o facto de eu estar física e psicologicamente debilitada para aguentar aquilo tudo. E chorei. Chorei imenso, dia e noite com tanta dor, tanta angustia porque me via ali sozinha, e sentia-me perdida, ainda mais porque me apercebi de que teria de lá ficar pelo menos uma semana, pois o antibiótico tinha de ser tomado durante este período de tempo.

Quando a tiraram da incubadora pude finalmente pegar-lhe, amamentá-la, cobri-la de beijos e mimos, e passar o meu tempo a tratar dela. E tornou-se menos custoso. Menos, mas não totalmente, pois apesar de saber que tinha de sair daquela ala do hospital, nem que fosse por uma hora para espairecer, não me sentia capaz de o fazer, com receio que ela precisasse de mim, tivesse fome e chorasse...
Tinha a sensação de a estar a abandonar, mesmo sabendo que as enfermeiras estavam ali para tratar dela.
Senti-me a entrar em parafuso e não estava a conseguir gerir bem os meus sentimentos.

No dia 22 teve finalmente alta. Com resultados negativos nas análises que tinha feito, para grande alívio nosso.
E pude finalmente trazer a minha princesa para casa.

Creio que estive em casa cerca de 4 horas, atarefada e feliz a preparar tudo para ela. Até que senti que algo não estava bem comigo. Uma hemorragia levou-me de novo para o hospital, desta vez para o bloco operatório, de urgência. E só pensava na minha pequenina que tinha ficado em casa e estava com fome.
Felizmente o M. esteve à altura, e nessa noite tratou dela sozinho, inclusivé dando-lhe biberão com leite que foi buscar à unidade do hospital onde ela tinha estado internada. Fiquei orgulhosa.

Pude vir para casa rápidamente, mesmo a tempo de passar cá o Natal.
Um Natal estranho, confesso, mas muito Feliz.


7 comentários:

Rafeiro Perfumado disse...

Uma verdadeira princesa, a Ritinha!

Um grande beijo, Z, e muitos parabéns! Um abraço ao M., certamente irá encher-te de orgulho muitas mais vezes!

Ana Lisa disse...

É linda! Linda!!!
Parabéns

Ana Lisa

(mulher valente, Z!)

Z disse...

:) obrigada
beijinhos

Dida Prazeres disse...

Uma linda Princesa!!! :D
Aprecia estes primeiros meses...vai tomando notas...passa tudo tão depressa que quando olhamos, já estão um «pouco grandes» e rapidamente esquecemos a fragilidade que em tempos tiveram!
Um grande beijo!!!

sonia disse...

Ai miga e eu a pensar no fim daquela mensagem tão feliz que vinham para casa, que estava tudo bem!!!Oh meu Deus...mas que azar a vida te pregou, mas passou miga!Espero que estàs mesmo bem!!!O M. jà começou com as suas novas responsabilidades de pai e saiu-se bem!Parabéns!!

Parabéns a ti querida por seres forte!Es mais forte que aquilo que pensas e estou muito feliz por ter uma sobrinha tãooooooooo linda, oh pà fogo!!Hà mães presenteadas com tesouros assim :)

Agora vai correr tudo bem linda!O pior penso que jà passou!
Um grande beijinho

Ervi Mendel disse...

Que grande aventura! Tenta relaxar um pouco, os bebés são animais muito resistentes :)

Um grande beijo (não tenho medo da tua gripe!)

Mãe da Rita disse...

Temos uma coisa em comum: uma Rita!Duas, na verdade. E a tua é tão linda como a minha :-D D Boa sorte! Qualquer coisa... encontras-me facilmente via perfil: ainda me lembro das cólicas, da maminha, da falta de sono... Isso passa tudo, na verdade sim. E elas continuam a ser fantásticas. Beijos grandes e Parabéns! MªJoão